Já se sabe. O período de Natal apela ao consumismo. Vai daí, não é de estranhar que nestas alturas sejamos literalmente bombardeados com propostas de packs, caixas e edições de coleccionador, que colocam qualquer cinéfilo que se preze a fazer contas de cabeça, tamanha é a indecisão sobre o que comprar. Ficam aqui duas sugestões, se bem que por motivos diferentes, mas que são do melhor que se pode actualmente adquirir...
Seinfeld marcou, literalmente, uma época. Aliás, várias. Uma série de humor, que pode ser designada como A série, pois a sua qualidade resiste estoicamente à passagem dos anos. Uma brilhante série sobre nada. O seu grande trunfo, com o acompanhamento das peripécias quotidianas de Seinfeld e os seus amigos, num humor inteligente, refinado, que nos delicia a cada passagem. Mas, ao espreitar a FNAC e ao deparar com a caixa, bela e esplendorosa, com todos os anos da série, senti-me um perfeito tanso. Anda-se, meses a fio, a adquirir o ano 1, o 2 e assim sucessivamente, estoirando com a parca reserva de euros, e depois sai uma caixa, com todas as séries incluídas, num preço de arromba. Apeteceu-me praguejar, pois é terrivelmente injusto para os fãs de sempre.
Situação oposta aconteceu com a saga dos mafiosos mais conhecidos da história da televisão. Os Sopranos, cuja história foi seguida atentamente por milhões de pessoas, chegou ao fim. Para muitos, a melhor série de sempre, agora embrulhada numa vistosa caixa, tentadora, disponível a partir do dia 6 de Dezembro. Se em cima eu invectivava a manobra de marketing, aqui aplaudo-a. Confesso que o fenómeno protagonizado por James Gandolfini me passou ao lado. Por manifesta falta de tempo, às vezes, por pura incúria, noutras ocasiões, o seu visionamento foi sendo sucessivamente adiado. Resta-me agora sonhar com o Pai Natal. É o presente que quero. E portei-me bem. A sério. Juro.
